quarta-feira, 22 de outubro de 2008

É só o começo do fim da nossa vida

Prepara uma avenida que a gente vai passar


Hoje, eu chorei de felicidade. Assim, dentro da van, vendo o mar de São Conrado e agradecendo aos deuses por tudo que tem acontecido.

Há quatro anos atrás, quando frequentei um psicólogo pela primeira vez, discutimos sobre a diferença de alegria e felicidade. A conversa rendeu por três encontros e dali sairam quase todos os meus parâmetros do que é ser feliz.

Descobri que milhões de alegrias não fazem uma felicidade completa, mas que uma felicidade completa te faz ter milhões de alegrias. Alegria é sensação, felicidade é sentimento.

Comecei a enumerar tudo que faz parte da minha felicidade, em tópicos, um a um, cada aspecto da minha vida e da vida de quem me cerca.

Ter saúde, ver meu filho crescer saudável e tendo acesso à uma boa educação, saúde dos meus pais, ver que eles têm vida social, saem com amigos, bebem, se divertem. Estar próxima da minha família, ser amiga dos meus irmãos, vê-los estudando, empregados e acompanhados de boas pessoas. Dividir meus momentos com amigos, ter oportunidade de continuar estudando, ter um bom emprego com uma remuneração justa. Ver que meus queridos estão se desenvolvendo, se formando, conseguindo bons empregos, evoluindo sempre. Viver em um lugar que me dê o prazer de me sentir feliz sem precisar fazer nada, só admirar o que existe.

E de repente, não mais que de repente, eu me dei conta que, hoje, eu tenho tudo isso. Exatamente hoje, quando saí do lugar onde começarei a trabalhar na próxima semana, percebi o quanto as coisas caminharam de tal forma que tudo, nesse exato momento, se encaixa de uma maneira que faz minha felicidade completa.

Ainda tenho contas a pagar, ainda devo o cartão de crédito, prestação de computador, ainda preciso arrumar um lugar pra morar onde pague pouco e viva bem, mas isso são coisas que se resolvem com a calma e a paciência necessárias.
Do mais, está tudo ótimo e caminhando para melhorar cada vez mais.

Hoje, eu não estou cheia de alegrias, estou inundada de felicidade e cada vez mais apaixonada pela vida que escolhi viver.

Às pessoas que influenciam diretamente nesse sentimento, meus mais sinceros agradecimentos. Amo vocês!


"Ergo as mãos pro alto, nos meus dedos os anéis
Flores crescem no asfalto, debaixo dos meus pés"
(Zeca Baleiro)

domingo, 19 de outubro de 2008

Da Varanda

Impressões do melhor mês do ano


"Outubro é sempre um mês bom nessa cidade". Festival de Teatro, Festival de Cinema, programas culturais pipocando, festas ótimas em vários lugares. Parece que os produtores de JF se guardam pro mês dos escorpianos e aproveitam o trânsito astral para movimentar os ânimos da comunidade.

Saída do teatro depois de uma peça um tanto equivocada para ser infantil, cédula do voto popular na mão: "Mãe, o que é regular?". "Ah, filho, quando não é bom nem ruim."

(X)Regular.

Cédula na urna.

Arthur talvez tenha aprendido que nem tudo que é programa cultural é bom, mas que não vale a pena desanimar com os tropeços. Depois de uma peça "regular", um espetáculo excelente, aplaudido de pé por todos que estavam no Teatro da Academia de Comércio naquela manhã. Que venha o Primeiro Plano!

Fim de semana para comemorar. Menos uma desempregada no mundo! Pessoas que viajam justo quando estou por aqui fazem falta, mas ultimamente, tenho estado por aqui quase sempre.

Noite de sexta não faltou nada pra ser ótima. Cachaça no balcão faz um bem muito maior quando se está comemorando, do que quando se está chorando mágoas. Fazer o cobertor de travesseiro e cobrir as pernas com o casaco e ainda acordar as dez da manhã pra levar criança pro teatro. Amo muito tudo isso!

Como diz o Rogério: "Nada melhor que essa vida na BR-040".

Semana está só começando e trazendo vários presentes antecipados. Que todos os infernos astrais sejam como esse!




"No canto e na dança
No pecado ou na fé, vou seguir no arrasta-pé
Deixa o povo aplaudir
Ao som da sanfona
Vou descendo a ladeira
Com o trio da mangueira
doce Cartola, sua alma está aqui"
(Lequinho e Amendoim - Mangueira 2002)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Oh Minas Gerais!

Um post bêbada em mais uma madrugada.


Talvez assim a insônia dê uma trégua.

Que o álcool nos deixa mais leves e dispostos a falar mais do que o normal, todo mundo já sabe. Agora, imagina pra alguém que já fala mais do que o normal?

Vontade de ligar um microfone e sair despejando nos ouvidos alheios tudo que, em grande parte do tempo, mantenho guardado. (Costumo guardar muita coisa. Dizem que pessoas regidas pelo signo de escorpião tendem a ser rancorosas. Não posso negar. Desculpar, eu desculpo, mas perdoar já é uma coisa mais complicada. E esquecer...é bem mais difícil. Enfim, muito assunto para futuras sessões de análise).

Sonhei, essa noite, que roubava um microfone de uma apresentação gospel e fazia um belo discurso após ter sido atacada por fanáticos evangélicos. Não me lembro muito bem tudo que disse, mas lembro que terminava assim: "Meu nome é Camila Damasceno Silva, eu tenho 24 anos, sou brasileira e no meu país é garantida pela Constituição a liberdade religiosa". Isso tudo acontecendo enquanto os evangélicos entoavam hinos tentando abafar a minha voz. Acordei tão orgulhosa!

Meu maior temor, nesses tempos loucos em que vivemos, é ver o fim do Estado laico, talvez a maior conquista da humanidade nos últimos séculos. Semana que vem tem segundo turno.



Boas notícias merecem ser comemoradas. Menos uma desempregada no mundo. O que era pra ser inferno astral está cada vez mais parecido com o paraíso. Gentileza gera gentileza, meus filhos. Isso ainda há de nos levar a algum lugar.

Um pouco embriagada demais para seguir a diante. Os dias têm me feito respirar cada vez mais fundo. Viver na BR-040 tem sido a melhor opção.



PS:. No som do Camelo falta um trompete, aquela voz bonitinha do Amarante fazendo os backings e a bateria do Barba arrumando (ou bagunçando ainda mais) tudo. Mas se fosse assim, seria mais uma vez os Hermanos de sempre.


"Quero perder de vez tua cabeça,
minha cabeça perder teu juízo.
Quero cheirar fumaça de óleo diesel,
me embriagar até que alguém me esqueça"
(Chico Buarque)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Uma carta

Niterói, 10 de outubro de 2008.

Oi minha Flor,
hoje, tive muita vontade de escrever (isso me acontece de tempos em tempos) e resolvi fazer essa carta. Já faz muito tempo que não tenho notícias suas e sinto falta de sua presença que costumava ser tão constante.

Não consigo imaginar tudo que possa ter te acontecido nesses anos, apesar de saber dos fatos mais relevantes, nem tão pouco imaginar o quanto do que você era que ainda sobra no que você é hoje. Essa nossa mania de nos manter abertos a tudo costuma transformar nossas verdades com uma certa frequência. Mas ainda acredito nessas coisas de alma, sabe? Características de cada um que, por mais que o tempo passe, não vão mudar nunca.

Tento me lembrar de você sempre da mesma forma que te vi pela última vez. Das nossas horas sentados em um meio fio no alto do nosso morro, vendo a cidade lá embaixo, discutindo filosofia, religião ou qualquer coisa banal. Me lembro ainda das tantas vezes em que não discutíamos nada, só admirávamos o incessante fluxo das pessoas no mundo.

Minha vida continua estranha, Flor. Às vezes, os dias passam depressa demais, outras custam a terminar. Tem semanas que fico atolada de trabalhos a fazer e em muitas outras, me dedico a ler tudo que me parece interessante, para ocupar o tempo vago. Tenho lido muita coisa, Flor. Muita coisa que você ia gostar de ler. Muito romance de escritor latino. Descobrindo essa coisa de latino que a gente tem, mas que vive querendo negar, sabe? Essa coisa de achar que não nos parecemos com argentinos ou chilenos ou colombianos. Gosto de me sentir parecida com eles. Resolvi aprender espanhol.

Resolvi um monte de outras coisas também, mas ainda não sei quantas delas vou conseguir pôr em prática. Fiz um projeto, Flor. Ficou bonito e diz respeito a uma coisa que eu gosto muito. Espero que ele dê certo, porque se der eu vou viajar e conhecer o sertão. Vou conhecer o Nordeste por dentro, a terra da minha mãe e dos meus avós. Vou conhecer o nosso país de outro jeito, sem aquela máscara que a gente veste quando vê turista.


Essa coisa de querer conhecer as pessoas, os lugares, não consigo arrancar de mim. Talvez fosse mais fácil se eu me sentisse bem ficando quieta em um único lugar. Não passaria tanto tempo longe dos meus queridos. Mas é incontrolável.
Aconteceu uma coisa hoje. Passei pela Rocinha à noite, Flor. Nunca havia passado por lá à noite assim, devagar, observando as coisas, vendo como o comércio, as pessoas, tudo continua funcionando até tarde. Você tem que ver o mundo que é aquilo lá. Fiquei feliz de ver as crianças brincando nas praças, nas quadras, nas rampas de skate. Estão construindo uma passarela. Agora as pessoas não vão mais precisar se arriscar atravessando a avenida no meio dos carros. Estão fazendo muitas obras por lá. Aquelas pessoas merecem, sabe, Flor. Merecem ser tratadas como pessoas. Principalmente as crianças. Tenho pensado muito em crianças ultimamente.

Tem muito mais coisas que eu quero te contar. Quem sabe numa próxima carta. Agora estou um pouco cansada. Sabe, Flor, pensar demais na vida às vezes cansa e às vezes eu fico triste, meio sem saber porquê. Deve ser o cansaço.


Cuide-se sempre. Aguardo notícias.

Pantufa de joaninha

Quem disse que antibiótico não dá onda?


Sabe esses dias que você acorda com uma alegria inexplicável, sem saber muito bem de onde vem?

Tive uma baita insônia essa noite, dando sequência à das duas noites anteriores. Acordei ouvindo um despertador no meu sonho, quando ainda faltavam sete minutos para o real tocar e me avisar que era hora de mais um comprimido. Não dormi mais. Isso foi às três e vinte e três da manhã.

Às seis, não aguentei mais rodar na cama, a claridade já se infiltrava no quarto através das frestras da persiana e resolvi levantar pra vida.

Até o meio dia já tinha feito todos os meus afazeres domésticos do dia. (Lavei, passei e cozinhei - já posso casar) e já tinha sorrido um bocado. Primeiro das frases excelentes do Gabeira no debate de ontem, transcrito hoje n'O Globo, depois da minha própria cara ao ver meu reflexo na porta da sala. Sem comentários. Me lembrei de um dos poemas mais bonitos que eu já li e resolvi procurá-lo para ler mais uma vez.

Esse post não vai ter trecho de música. Vai ter um poema inteiro. Enjoy.

Desejo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconseqüentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar

E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos, nem poucos
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo

Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não insista em rejuvenescer
E que sendo velho
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor

Desejo, por sinal, que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.

Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem à sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada

Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas é feita uma árvore

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
"Isso é meu"
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem

Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar

Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha um bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar

E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar

Victor Hugo

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Instantes Literários

Reflexões de mentes pessimistas, mas incrivelmente sãs



"Chamo-me Fernando Vidal Olmos, nasci em 24 de junho de 1911 em Capitáin Olmos, vilarejo da província de Buenos Aires que leva o nome de meu tataravô. Meço um metro e setenta e oito , peso cerca de setenta quilos, olhos cinza-esverdeados, cabelo liso e encanecido. sinais particulares: nenhum."

(...)

" - Com gente como o senhor o mundo jamais teria ido adiante!
- E de onde a senhora deduz que foi adiante?
Sorriu com menosprezo.
- Claro. Chegar a Nova York em vinte horas (!!!) não é um progresso.
- Não vejo nehuma vantagem em chegar rapidamente a Nova York. Quanto mais tempo se leva, melhor. Além disso, pensei que se referisse ao progresso espiritual.
- A tudo, senhor. O avião não é um acaso; é o símbolo do avanço geral. Inclusive os valores éticos. Não vai me dizer que a humanidade hoje não tem uma moral superior à da sociedade escravista.
- Ah, a senhora prefere os escravos com salário.
- É fácil ser cínico. Mas qualquer pessoa com boa fé sabe que o mundo conhece hoje valores morais que eram desconhecidos na Antiguidade.
- Sim, compreendo. Landru viajando de trem é superior a Diógenes viajando em trirreme.
- O senhor escolhe de propósito exemplos grotescos. Mas é evidente.
- Um chefe de Buchenwald é superior a um chefe de galeras. É melhor matar os bichos humanos com bombas de napalm que com arcos e flechas. A bomba de Hiroxima é mais benéfica que a batalha de Poitiers. É mais progessista torturar com aguilhada elétrica que com ratos, na China.
- Tudo isso são sofismas, porque são fatos isolados. A humanidade superará também essas barbaries. E a ignorância terá de ceder em toda a linha, ao final, à ciência e ao conhecimento.

(...)

- Se dependesse do senhor, não haveriam escolas. Se não me engano, o senhor deve ser partidário do analfabetismo.
- Em 1933, a Alemanha era um dos povos mais alfabetizados do mundo. Se as pessoas não soubessem ler, ao menos não poderiam ser estupidificadas dia a dia pelos jornais e revistas. Infelizmente, embora fossem analfabetos, ainda sobrariam outras maravilhas do progresso: o rádio, a televisão. Seria necessário extirpar os tímpanos das crianças e também os olhos. Mas esse seria um programa mais complicado.
- Apesar dos sofismas, a luz sempre prevalecerá sobre a escuridão e sobre o mal. O mal é a ignorância.
- Até agora, senhorita, o mal sempre prevaleceu sobre o bem.
- Outro sofisma. De onde o senhor tira tais barbaridades?
- Eu não tiro nada, senhorita: é a tranquila comprovação da história. Abra a história de Oncken em qualquer página e não encontrará senão guerras, degolas, conspirações, torturas, golpes de Estado e inquisições. Além disso, se prevelecesse sempre o bem, por que seria necessário pregá-lo? Se por sua natureza o homem não estivesse inclinado a fazer o mal, por que ele é proscrito, por que ele é estigmatizado?"


Trecho copiado da obra Sobre Heróis e Tumbas de Ernesto Sábato.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mulherzinhas que nunca sonharam em ser um mulherão

Eu quero o livro da Fernanda Takai


Esses passeios por sites, blogs e links indicados por amigos muitas vezes não trazem nada de especial ou de muito relevante, mas hoje, quando já me preparava para desligar o computador, me deparei com um link que me atraiu.

Era o blog da Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu. Por um instante, deixei minha curiosidade sobre a vida alheia transbordar e quis saber um pouco mais dessa mulherzinha que tanta gente diz que eu me pareço.

Tá bem que essa história de me chamar de Fernanda Takai começou com um corte de cabelo que eu não escolhi e provavelmente por nossa baixa estatura, mas navegando em seu blog, descobri algumas outras pequenas cositas em comum entre a minha pessoa e essa pessoa que nunca vi ao vivo na vida.

Fernanda Takai curte coisas relacionadas a audiovisual e chegou a escrever um roteiro de curta-metragem, do qual também assinou a direção, para um programa do Multishow (sonho da Camilinha). Fernanda Takai é cantora e compositora e um dos raros cidadãos brasileiros que ganha a vida de música (sonho nunca revelado anteriormente por Camilinha, mas que necessita de um talento com o qual não nasci). Fernada Takai escreveu um livro de contos publicados em dois jornais de grande circulação no país (talvez o sonho mais palpável de Camilinha).

E para parar por aqui com as revelações pessoais e não começar a sentir que a dita cuja leva a vida que eu pedi aos céus, chego a grande revelação que o tal link do blog me trouxe: EU QUERO O LIVRO DA FERNANDA TAKAI!

Detalhe: o prefácio do livro foi escrito por Zélia Duncan.

Nunca subestime uma mulherzinha é da editora PandaBooks e pode ser encontrado nas melhores livrarias da sua cidade.



"Lá vai se embora meu mundo sem mim...
O que há de errado em ser tão errado assim?
Já vou saindo, não precisa empurrar...
Pois meu maior defeito é insistir
Que ele é perfeito,
Que é pura crueldade pedir pra ele mudar"
(Pato Fu)

Debaixo do cobertor

Febre gritando e garganta que não passa nem vento.


O fim de semana merece muitos comentários. Outubro chega cheio de momentos bacanas. Mas acordar com uma febre de 40° não estava nos meus planos.

Que os próximos dias sejam suficientes para o corpo se restabelecer, já que o próximo fim de semana também promete bons momentos.

Em quatro dias deu para conversar com mamãe, passar bons momentos com o pequeno, beber com a família, encontrar bons amigos, comemorar os anos de outro, dançar até de manhã, conhecer uma pessoa legal, conversar com os santos, rir, rir e rir um pouco mais.

Existem pessoas que me fazem bem pela simples presença. Não precisam falar nada, afinal a gente vê e ouve tudo.

E pouco me importa se alguém se incomoda com isso.

E o que deveria ser o mês do meu inferno astral, tem se tornado cada vez mais meu paraíso, com direito a presentes antecipados e tudo.

Que mestre Osho nos ilumine!

Axé!


"Mas pois o menino voltou
Voltou homem, voltou doutor
Menino que é bom não cai
Pois já nasceu com a estrela
E sempre a mente sã
Menino que é bom não cai
Pois é protegido de Iansã"
(Jorge Ben Jor)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Eu vi um Saci

Cenas de surrealismo à beira da estrada


Não sei o que é mais surreal: a visão que tive ou o fato de alguém andar vestido desta forma, na beira de uma estrada às cinco e meia da tarde de uma quinta-feira; mas eu não estava sob o efeito de nenhuma droga e afirmo: eu vi um Saci!

Negro, sem camisa, short curto vermelho, gorro vermelho na cabeça, agachado, mexendo em alguma coisa em um canto da mata. Era um Saci, ou um homem vestido como tal.

Tive vontade de acordar o senhor que viajava ao meu lado, gritar, chamar alguém que estivesse em um banco mais ao fundo do ônibus e ainda conseguisse ver a cena que presenciei.

Continuei a viagem sabendo que ninguém iria acreditar quando eu contasse e até agora, nem meu filho de seis anos acreditou.

Para completar as cenas incríveis que as curvas desta serra podem proporcionar, hoje eu vi o pôr-do-sol mais lindo dos últimos tempos. Vermelho, iluminando como fogo os vales que ficavam para baixo.

A rota Rio-Juiz de Fora já se tornou corriqueira, mas são nos momentos mais corriqueiros que se escondem as maiores belezas. Um Saci ou um pôr-do-sol. Pena pensar que quase ninguém naquele ônibus conseguiu reparar em ao menos um dos dois.


"Essa vida inteira é uma brincadeira
Eu fico feliz com qualquer besteira
Você chupou a manga até o fim
E só deixou o caroço para mim
E melhor que isso só carnaval"
(Raul Seixas)