terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

conquistas

Conquistas individuais que repercutem em 10% da população nacional.

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

fotografias

"(...)era a imagem em preto e branco. O sol partindo o dia ao meio. As cores da tarde caindo do céu. O samba na praça, o bloco na rua. Era eu me dissolvendo em sussurros e gemidos. Era a imagem em preto e branco tirada da luz do próprio dia. Sem maquiagem, sem fantasia. Nua, você ficava ainda mais linda." (Camila Damasceno)

uma tarde

"(...)um desses raros momentos em que o tempo parece parar. As horas corriam mais devagar, o sol demorava mais a descer. A tarde ia passando trazendo em cada minuto uma risada, uma pipa no céu, uma bola no chão. Pic nic na grama e a felicidade de mesclar todos os tipos de amores. Filho, amigo, mulher. Coisas ditas pequenas, que trazem em si todo o sentido de coisas ditas maiores. O amor tem cheiro e se dissipa no ar".

(Camila Damasceno)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

trechos de mim em mim mesma

“Leve e úmida amanheceu. A chuva transformara em lama espessa a cinza fina que caíra na noite anterior. As malas já estavam prontas, o trem partiria em cerca de duas horas. A idéia de estar a caminho de casa trazia conforto. As lembranças dos cabelos negros ralos sobre a testa, que ventavam enquanto ele corria, movendo-se em suaves movimentos, faziam a imagem do menino ressoar em seus pensamentos. Bateram na porta. “Tudo pronto? Saímos em quarenta minutos.” Juntou os papéis que estavam na cabeceira, abriu os armários e olhou nas prateleiras para se certificar de que não estaria se esquecendo de nada. Naqueles dias em que acordava sozinha na cama, não gostava de se olhar no espelho pela manhã. Não gostava de se olhar no espelho quase nunca, como não gostava de ser fotografada. Guardava dentro de si, como pequenos filmes mudos, os sorrisos, os movimentos, as expressões de qualquer um que chamasse sua atenção, mas não sabia lidar com essa discrepância da imagem que fazia de si com a que era possível observar no próprio reflexo”.
(Camila Damasceno)

Eu tive um sonho, vou te contar

Essa noite eu tive um sonho. Um sonho estranho. Sufocante. Agitado. Estressante. Desses que nos fazem sentir que não descansamos nada durante o sono. Eu estava presa. Encarcerada. Sabe-se lá porquê. Em um lugar cheio de guardas e outros presos. Mas não era um presídio. Também não era uma delegacia. Estava mais para um manicômio cuidado por policiais. E cheio de pessoas presas como eu, sem saber porquê. Passei boa parte da minha noite formulando estratégias para escapar, para sair correndo dali. Formulando e pondo em prática. Com diversos fracassos. Pulei do terceiro andar, me machuquei e fui pega. Tentei descer por cordas, mas ao chegar no térreo pelos fundos, descobri que não havia saída sem passar pelo pavilhão ocupado pelos guardas. Em um determinado momento, meu irmão foi encarcerado também. Dessa vez, existia um motivo, mas ninguém soube explicar exatamente qual. E meu desespero de escapar daquele lugar se transportou para ele. E minhas estratégias foram direcionadas então para ajudá-lo a escapar. Até que ele conseguiu fugir. E éramos vários, tentando escapar daquele lugar estranho, escuro, cercado, vigiado. Todos sem um motivo claro para estar ali. Nenhum criminoso infiltrado. Só pessoas estranhas sendo presas sem nenhum motivo aparente. E em um momento parecido com uma rebelião, fugimos. Eu e mais alguns, correndo, desesperadamente, até sair do alcance dos olhos daqueles guardas, que por um motivo qualquer, no meu sonho, não tinham nenhum poder para além dos portões do lugar misterioso. E então eu me vi sozinha, escondida, com medo, com fome, cansada, em uma cidade desconhecida, sem dinheiro, só com a roupa do corpo. Mas mesmo o medo de estar diante de uma situação em que novamente eu não sabia como agir não era maior do que a sensação de sufoco causada pelo encarceramento naquele lugar. E eu por fim me senti livre e comecei a andar, sem rumo, até acordar com o despertador me avisando que mais um dia começava e que o banco abriria em uma hora.
Vou passar a relatar meus sonhos pro meu terapeuta. Joung há de ajudar.