segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Essa tal Medusa: a Teoria ou Essa tal Teoria: uma Medusa

A forma, uma fôrma. Uma frase, uma gota. Palavras e sussurros, que antes saiam como que escorrendo das mãos para o papel, agora estão secas. Areia e pedra. A forma, a fôrma. Se sobrepondo ao conteúdo, à intuição, ao entusiasmo e necessidade (quase que fisiológica) de exprimir, de alguma maneira, as dores, angústias, aflições. Hobby, quando vira ofício, muda o gosto e a aparência.  A “vida” ganha aspas. Os sentidos semi-domados, enjaulados em pensamentos distantes. O que antes era só sentir, hoje é só pensar. Como é difícil o caminho do meio! Encontrar junto à forma, que é fôrma, que deforma, os caminhos para os sentidos. Brecht não tinha um professor. Ou terá tido? Escrever se aprende, ou já se nasce sabendo?

"A corrente impetuosa é chamada de violenta
Mas o leito do rio que a contém
Ninguém chama de violento"
Bertold Brecht

terça-feira, 2 de agosto de 2011

"despejar-se" ou "para meio entendedor"

Como uma fênix. Renascendo das cinzas. Ela se olhou no reflexo da janela. Minha fé é meu jogo de cintura. São escolhas e como se lida com elas. De todas as vezes que a rotina e o cansaço a fizeram refém. Que pensar em desistir e esquecer-se do caminho estiveram tão perto. E tão longe ao mesmo tempo. Desistir nunca fez parte do plano. O plano nunca foi outro. Confundiu-se algumas vezes. Talvez por não saber como seria o caminho, por nunca ter tentado planos para o 'como chegar'. Por ter somente traçado a meta, a chegada, o ponto final. O ponto final da fênix é sempre um recomeço. 


A euforia toma conta dos dedos, dos lábios, das pernas inquietas, do ouvido ávido por novos sons em antigas cantigas. A euforia de perceber que o ponto final já passou. Que de agora em diante, é recomeço. É começo de tudo novo. É ela novamente. É euforia, é ansiedade, é não cansar-se nunca. É confiança nas escolhas, nos caminhos. É a certeza da fé. O jogo de cintura. A confiança, a certeza, a certeza que explode no peito, que escorre nos olhos. É lembrar-se daquela noite, do céu estrelado, do doce na boca, de engolir o desejo, o pedido com fé. Os cheiros, os sons, as energias flutuantes. É certeza, certeza, certeza sempre! Caminhos abertos aos Filhos do Vento!


Somos força, esperança, certeza, caminho, processo, deleite. Somos Filhos do Vento, caminhamos sob tempestades, somos os primeiros a ver os raios do sol, somos guiados pela lua. Somos caminho, verdade, vida. Somos os ciganos do caminho. Ninguém vai, sem por nós passar. Somos Filhos do Vento! Força, liberdade, luta, trabalho, caminho, verdade, vida!