quinta-feira, 18 de novembro de 2010

uma ponta

Estou muito próximo do limite e essa dor não esconde nem uma pontinha de prazer.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que cabe

Em uma das minhas primeiras sessões de análise, discuti com o psicólogo sobre as diferenças entre alegria e felicidade. Falei durante uma hora. Alegria é sensação, felicidade é sentimento. Alegria tem a ver com euforia, felicidade com paz. Para me deixar alegre às vezes basta um sorriso, uma surpresa, uma lembrança. Outras vezes é preciso grandes esforços para vencer o mau humor matinal. Felicidade não. Não tem nada a ver com isso. Felicidade envolve muita coisa e nem todas elas são tão boas assim.

Felicidade é uma conclusão, um ponto de chegada. Alegria é um caminho, um estado de espírito. Felicidade envolve todas as pequenas alegrias cotidianas e muitas outras nem tão alegres. Porque tem coisa que não se parece nem de longe com alegria, mas cabe muito bem dentro da felicidade.

Eu sou alegre quando acho graça de uma piada, quando meu time ganha uma partida de futebol, quando recebo um elogio. Feliz ou se é ou não. Não tem meio termo, meio do caminho. E não vale gaguejar na hora de responder.

Naquela época, da tal sessão de análise, eu não sabia disso. Tudo era uma grande teoria. E o velho clichê do “eu era feliz e não sabia” também não se encaixa. Eu não era feliz. Hoje eu sou. Hoje eu sei que dentro de felicidade cabe o ciúme que eu sinto quando imagino certas coisas, cabe o ciúme que você sente quando tem que dividir minha atenção, cabe meu filho fazendo pirraça quando não quer tomar banho. Dentro da minha felicidade cabe até o trabalho, que é um saco e que me tira tanto o sono. Porque maior do que o ciúme bobo é perceber que ele chegou e conseguir conversar sobre isso e ele passar e a gente rir. Maior do que pirraça de criança é o amor que ele me dedica todos os dias em pequenas coisas. Maior do que o trabalho que me adoece são os planos que eu faço para mudar e deixar isso tudo para trás. Muito maior do que isso tudo é o amor que eu sinto. Por você, pelo meu filho, pelos meus amigos, pelos meus irmãos. Muito maior do que isso é o amor que eu sinto voltar para mim.

E eu sou feliz assim. Com meus lamentos, minhas angústias, minha inconstância que me movimenta. Sou feliz de olhar para trás e ver uma vida ainda no começo e perceber que já fiz tanta coisa, já passei tanta coisa, já vivi tanta coisa. Acho que sou feliz porque vivo e isso me cabe muito bem.   

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Amidalite no feriado

Bom saber que os objetivos se aproximam sem precisar fazer grandes esforços. É a vida se encarregando de seguir o rumo certo.

Chega de ter que provar alguma coisa a alguém.