terça-feira, 20 de outubro de 2009

Tudo que cabe num silêncio

Uma tarde pra passear sozinha. Uma barca pra lembrar de quando tudo isso era corriqueiro. Um almoço pra partir o dia ao meio. Um sorriso congelado em uma fotografia. Um vôo rasante de uma gaivota. Uma nostalgia de coisa que nem faz tanto tempo assim. Uma vontade de guardar o cheiro. Abrir um pacotinho e botar tudo dentro. O gosto do mate. O cheiro do verde de Santa Teresa. O barulho do bondinho chegando. As cores das marionetes penduradas atrás do balcão. A calma de uma boa conversa. O rastro que fica na Baia de Guanabara quando o Rio vai ficando pra trás e Niterói vai chegando mais perto. O silêncio de uma praça no canto da praia. A conversa com um amigo que me deixa pensando por horas a fio. A sutileza de um olhar, a beleza de um gesto de gentileza. E nessas horas tudo faz mais sentido. "Isso da solidão...é um tema interessante". A solidão que se impõe. A solidão que se conquista. E nessas horas tudo vem de outro jeito. E me vem o seu olhar, o seu sorriso. A covinha que se abre no seu rosto quando você fica sem graça por algum motivo. Vem o cheiro, o gosto, a voz e as palavras. E tudo isso vai se encaixando. Se encaixando no mundinho que eu vou construindo dia a dia. Se encaixando cada vez mais na minha vida. E você vai entrando nela, em momentos que são só meus. Vai entrando devagar em coisas que você ainda nem sabe. E me vem um sorriso bobo no rosto quando eu penso que em tudo isso te cabe muito bem. Que te cabe muito bem na minha vida.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fim de Semana

Apito de trem. Sino de Igreja. Cachorro chorando. Divã. Cama de casal. Lençol rosa. Golfinho. Cortina rosa. 14 Bis. Chocolate meio amargo. Batata recheada. Compras no supermercado. Ades de maça e suco de uva. Ades de uva e suco de maçã. Almoço na roça. Profiterólis. Filme que faz chorar. Cerveja com amigos que faz sorrir. Palavras sussurradas. Vanessa da Mata. Olhos dengosos demais. Beijo molhado. Beijo salgado. Gosto de pasta de dente. Abraço apertado. Conchinha pra dormir. Acordar no meio da madrugada só pra conversar. Voltar a dormir de manhã. Macaquinho abraçando pneu. Amauri. Zigmat. Ilegais. Troller. Fusca vermelho. Passar no shopping só pra gastar dois reais. Horas que voam. Tempo que não se perde. Colo. Carinho. Cheiro. Gosto. Cor. Suor. Pele. Tudo que me faz pensar em você em todo momento. Tudo que me faz ter um fim de semana perfeito. Tudo que você me tem feito. Tudo que isso tudo junto me faz sentir. Tudo que isso tudo junto me faz feliz. “Desse jeito vão saber de nós dois”...


"É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá prá ver
Não dá prá esconder
Nem quero pensar
Se é certo querer
O que vou lhe dizer
Um beijo seu e eu vou só
Pensar em você
Se a chuva cai
E o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
E em paz com o mundo
E comigo
E consigo"
(Chico César)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Coisas que passam a fazer sentido

Ilegais

(Vanessa da Mata)


Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa vida
E será uma maldade veloz
Malignas línguas
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa farra
E será uma maldade voraz
Pura hipocrisia
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Olhos ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

sábado, 10 de outubro de 2009

I do

- Você acha que ela está apaixonada?
- Uhum...
- E você?
- Eu gosto dela...
- Gosta só? Você tinha que ver como seus olhinhos brilham quando você fala dela.

E uma saudade imensa que tava me apertando aqui dentro. E um espaço imenso que passou a ocupar nos meus pensamentos. E um carinho imenso que passou a acompanhar tudo isso que eu penso.

Dá medo. Um medo de criança que já caiu uma vez, mas não desiste de tentar subir na árvore. Dá medo de cair. Porque nessa fase, a gente já sabe que dói e já começa a perceber que aquele instante do "para agora ou vai em frente" acabou de passar, enquanto a gente vai, indo sem pressa, tomando cuidado, comigo e com você.

E me assusta. Assusta pensar nessa coisa de alguém completamente novo na sua vida passar a fazer tanta diferença.

Mas, dessa vez, sem se acovardar. Sem deixar que o medo anule o que há de melhor. Sem deixar que o susto sobressaia às coisas boas que têm acontecido nas últimas semanas.

- Eu me apaixonei por você.
- Que bom, porque se eu gostasse sozinha ia doer.

O medo que dá é perceber que agora tem coisas que já podem fazer doer.

A satisfação que dá é perceber que agora tem coisas que fazem todo sentido. E é bom demais que os sentimentos sejam recíprocos.

O Manual da Camilinha ainda precisa de muitas páginas. Mas com o tempo você completa as regras. Meus amigos são ótimos pra isso. Tenho certeza que vão acabar te dando uma forcinha. Se prepara que agora tem uma família inteira pra você conhecer. E a aprovação deles é mega importante.

Você quer saber se eu quero e eu quero saber se já sou.


"Não tem mal, nem maldição
não tem sereno no meu dia
Não tem sombra e assombração
Não tem disputa por folia
Tem bola de capotão, capitão capture essa menina
Tem saudade e saudação
Tem uma parte que não tinha...
parte que não tinha... parte que não tinha..."
( O Teatro Mágico)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O que me basta

O Anjo mais velho

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar

(Fernando Anitelli - O Teatro Mágico)


Dores musculares em todo o corpo, um restinho de voz de pilha acabando, uma alegria imensa que não pára de voltar. Tô sem forças pra escrever tudo o que eu passei, mas com um baita orgulho de saber escolher as pessoas que me rodeiam. Meus amigos são os melhores do mundo!

PS: Caí em prantos quando essa música começou. Por tudo que ela me remete, por saber que o show tava acabando, por chegar na exaustão das minhas emoções. Excepcional. Sem mais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Aurélio me disse


Surpresa
s.f. Ato ou efeito de surpreender ou de ser surpreendido. / Espanto, sobressalto, perturbação: causou grande surpresa. / Prazer inesperado, presente: fazer uma surpresa a alguém no dia de seu aniversário. // &151; loc. adv. De surpresa, de improviso, inesperadamente.

Quando

- Aquele domingo...eu achei que você fosse terminar. Senti você diferente.
- Porque eu ia.
- E o quê te fez voltar atrás?
- Você.


Quando num abraço cabem mil palavras, quando num sorriso cabem mil pedacinhos de alegria, quando a saudade começa a bater cinco minutos depois de ter dado tchau, quando algumas atitudes começam a mudar sem que eu precise fazer qualquer esforço, quando um encontro que me tiraria do sério passa a não fazer nenhum efeito, quando uma voz me deixa mais calma do que qualquer floral ou glóbulo de camomila, quando você apareceu e se tornou uma das melhores coisas do meu ano, eu começo a perceber que posso escolher que lugar ocupar nas minhas próprias histórias.