sábado, 9 de maio de 2009

Um olhar além do meu olhar

Plagiando o infinito


Eu bato o cimento e você põe o tijolo. Só não vale parede de chapisco. A rua é sem saída e a mão é única. "Mãe, a gente nunca mais vai sair daqui! É o fim do mundo!" Mundo acabando, copos e doses e mesas e cantos. Casais felizes, outros nem tanto. Limpa, corta, fatia. Tempera, tempero de amor. O quê se faz com afeto tem gosto suave. Uma brahma gelada, um copo, um trago. 87% da população brasileira....ixi, se já chegou em porcentagens me enche mais um copo e traz a saideira. "Tá vindo daonde?". "Tô indo pra casa." Até brincar um dia cansa. "O Brasil vai pra frente no dia que uma jornalista não precisar mais trabalhar de garçonete!" Apoiado, em gênenro, número e grau. Brincar também cansa. Ando querendo me divertir de outras maneiras. "E coméqui faz?" Um copo gelado, uma bebida quente. Aquieta o coração, orienta as idéias, ascenta a cabeça. Reza pro seu Ori, sempre. "Tenho medo de ficar doida um dia...de verdade". Mostrando como sou e sendo como posso. "Quem não se comunica...". Pílulas pra passar a dor. Pílulas de sentimentos. "Não liga, não. Ele sempre faz essas gracinhas". E eu, que já nem acho tanta graça, vou sorrindo com o canto da boca. Se eu fumasse, teria dado um trago bem profundo agora.




"Cuidado meu amigo
Não vá se estrepar
Não queira dar um passo mais largo
Que as pernas podem dar
Não se iluda com um beijo
Uma frase ou um olhar
Não vá se perder por aí..."
(Arnaldo Baptista/ Rita Lee/ Liminha)

Nenhum comentário: