sexta-feira, 8 de maio de 2009

Tanto

De tantas coisas, de tantos tempos


- Quanto? Um tanto razoável.

- Um tanto que seja maior do que da última vez?

- Talvez. Não sei medir essas coisas.

- Mas dá pra medir.

- Deve dar. Pra alguém deve dar. Eu ainda não aprendi.

- Mede pela falta. Se antes fazia menos falta, hoje é um tanto maior.

- E isso é bom?

- Não sei. É o que você quer?

- Talvez. Nunca sei bem o que eu quero.

- Essa coisa de falta tem a ver com muita coisa também. Tem a lua, o humor, a TPM, tudo isso que influencia nas carências. E tem que separar o que é falta por carência e o que é falta de verdade.

- E faz diferença? Não é tudo falta? Tudo carência?

- É. Quase isso. Quase o mesmo. Mas dessas coisas que são quase iguais, mas com uma boa diferença.

- Prefiro não me preocupar. Mas sinto falta. E mais do que antes.

- Viu? Tá aprendendo a medir.

- Mas do que serve medir?

- Serve pra saber o quanto te importa.

- Mas eu sei o quanto me importa. Não preciso saber medir.

- Mas não adianta só você saber.

- E por que importa a mais alguém o que só eu sinto?

- Ah!!! Não sei.

- Amigo, dessa vez é você quem está complicando. O que eu sinto importa a mim, talvez, em uma escala menor, às pessoas pelas quais eu sinto e numa escala ínfima à todo o resto do planeta. Sem complicações. Simples assim. Um tanto suficiente pra aquietar meu coração.




"Pela profecia o mundo ia se acabar
Pelo vagabundo deixa o mundo como está
Pelo ser humano pelo cano o mundo vai, ou não
Pelo cirandeiro o mundo inteiro vai rodar
Ciranda por ti
Ciranda por mim
Roda na ciranda que é pro não virar pro sim
Ciranda que vai, ô
Ciranda que vem
Roda na ciranda que é pro mal virar pro bem"
(Eduardo Krieger)

Nenhum comentário: