terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Pensamentos soltos

Saltitando pelos caminhos


Andaram me questionando sobre minha forma de levar determinadas coisas. Sobre essa discarada ansiedade e esse jeito de viver como se fosse morrer no próximo minuto.

Não que eu pense que vá morrer hoje ou amanhã, mas em algum momento só me restará um minuto.

Considerando que eu vivo em uma cidade com um dos maiores índices de criminalidade do país, que eu pego estrada pelo menos quatro vezes por mês, que eu bebo consideravelmente, que não tenho hábitos alimentares muito saudáveis, que não pratico exercícios físicos com frequência e que tenho casos na famila de doenças com influências genéticas. Considerando ainda que eu pego o 175 todos os dias (com seus motoristas desgovernados) e, inevitavelmente, passo dentro de uma favela para chegar até o trabalho, que atravesso cerca de seis pistas de vias rápidas da cidade diariamente e que sou um pouco sem noção quando entro no mar, posso afirmar que corros riscos diários de morrer por doença, acidente, afogamento ou qualquer outra bizarrice dessas que a gente fica sabendo.

Não que eu pense em morrer, repito. Longe disso. Ando dizendo, inclusive, que quero viver até os 120 anos. (E há quem duvide).

Que a evolução tecnológica me permita ser feliz até lá, pois não será por isso que vou deixar de "me arriscar" todos os dias.

Já dizia o meu querido Cris: "Tem medo de se arriscar? Não sai na rua. Mas também não fica muito tempo em casa, porque falta de sol faz mal, falta de contato com gente dá depressão e dizem por aí que suicida tem uma sorte pior do que quem morre naturalmente."


"- É Vó, a gente acha que quer uma coisa, vai atrás dela, batalha, passa perrengue e quando consegue, tem logo que criar outra coisa pra querer.

- A vida é assim. O que não pode é parar de querer".

Sabedoria de quem já teve filhos, escreveu um livro e plantou uma árvore. (Mais do que isso, planta, diariamente, conhecimento na cabeça dos outros).



Essa coisa de inventar um mundo por dia e de viver como se esse fosse ser o último não tem nada de inconsequente ou irresponsável. (A popularização do termo Carpe Diem tem deturpado extremamente seu sentido).

"Isso de ser agitada... deve ser de santo".

Ando sentindo saudades de chão de terra batida.


"Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!"
(Rita Lee)

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