terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

It's all about us

Sigo sendo como posso

O que há em mim que não há em outros seres? Desses que andam pelas ruas debaixo do sol, em ônibus lotados, em vias rápidas, em vans e trens?

O que há em mim que me inquieta dessa maneira? Será a lua ou os hormônios?

Tudo em mim parece explodir em certos momentos. Um mundo de sonhos e desejos presos num corpo de um metro e meio.

Queria saber fazer música. Talvez fosse um belo remédio pras inquietações repentinas. Escrever às vezes dói. E, por vezes, eu sou um tanto masoquista.

Cada parte de mim parece reagir a sua maneira.

Quase médico e monstro. Lobo da Estepe.

Enquanto os ombros doem de tensão, a alma respira aliviada. Como se me cobrasse: "Pensei que você fosse se entregar a essa vidinha".

Ainda não sei o que há em rotinas que me incomode tanto, mas me incomodam.

Andei buscando liberdade e agora que estamos frente a frente, os instintos se chocam com os medos burgueses.

Vontade contínua de ir embora, medos contínuos da solidão.


No calor do meu quarto, um copo de suco nas mãos, novos baianos na caixa de som, cachorra chorando no corredor, medos e anseios rondando meus pensamentos.


Têm horas que a preguiça de tudo que eu tenho se mistura ao receio de tudo que penso que quero.

"Uma dessas pessoas que pareciam viver só pelos sentidos. Uma inocente. Que transitava pela vida dos outros, quebrando seus moldes, seduzindo, mas sempre acabava partindo. Talvez seja verdade, afinal, que corre sangue cigano em suas veias. Faca de dois gumes, sem dúvida, pois graças a isso, Santiago Blanco se apaixonou, mas justamente por isso nunca largou tudo por causa dela. Quando quis fazê-lo, nos últimos anos, já era tarde."
"Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto"
(Morais Moreira - Os Novos Baianos)

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