terça-feira, 3 de novembro de 2009

Descobrir uma cachoeira

Tudo melhor a cada dia. Tudo mais e maior a cada dia que passa. Em um infinito de pequenas coisas que se tornam tão importantes. Em espaços e tempos que a gente anda sabendo bem quais são. Os dias vão passando devagar, deixando que tudo aconteça nessa calma que eu já estou aprendendo a me acostumar e que me faz tão bem. Nessa voz baixinha, nesse olhar calminho, nesse cuidado para que tudo seja perfeito. Perfeito por acontecer assim, tão naturalmente. Porque desde o dia que você sentou naquele balcão, o meu relógio parou de correr de pressa. Meus planos parecem mais reais, minhas possibilidades parecem mais plausíveis, minhas qualidades parecem maiores que meus defeitos. E receber o seu sorriso e o seu bom dia, mesmo depois de tão poucas horas de sono, me faz um bem enorme. Um bem que ninguém vai conseguir me tirar. O que se constrói em nós a cada dia não se interrompe com um telefonema. Porque tudo isso que eu pensava que não iria mais sentir, tudo que eu cheguei a acreditar que não existia, começa a fazer todo sentido quando você me leva para conhecer uma cachoeira no meio da cidade, quando eu deito no seu colo e a tarde pára. Quando o sol vai embora devagar e fica o cheiro da mata, o som da água caindo, o pólen entrando pela janela do carro. E ficam os sonhos, os planos, as expectativas que eu vou gradativamente perdendo o medo de criar. E fica você, no seu cheiro, no seu gosto, no carinho que me faz derreter. Fica você na sensação de que tudo pode dar certo. Porque para tudo que não der, tem remédio. Porque quando não há segredos nem mentiras, nem omissões nem outros desejos, uma boa conversa deixa tudo na mesma serenidade de sempre. A paz que eu sinto do seu lado é uma paz que eu nunca tinha sentido acompanhada. E em cada pedacinho de dia, em cada pedacinho da minha vida vai te cabendo melhor. Vai nos cabendo melhor no mundo. Porque te cabe entre fliperamas e sorvetes derretidos, entre cervejas e amigos, entre o quarto e a sala. Te cabe muito bem em mim. Também vou sentir saudades nos dias que você estiver distante. Mas dizem que saudade não mata e até faz bem. E disso tudo que vem acontecendo desde o início da primavera, o melhor é sentir o que me volta. No seu olhar, no seu sussurro no escuro do quarto. “Calma, que tudo que você está sentindo é recíproco”. Que sorte a nossa, hein?


Obs: É Borboleta...eu também tenho bons sentimentos dessa fase da minha vida.

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