domingo, 25 de janeiro de 2009

Às pequenas coisas da vida

Pequenas coisas para pequenas pessoas

Um gosto, um cheiro, um tempo, um vento, um calor no rosto, uma água gelada na pele, uma água gelada na boca. Pequenos sabores de leves detalhes, desses que acontecem o tempo todo, com todo mundo.

Não sei de onde veio essa mania de sentir mais do que pensar (e olha que eu penso um bocado).

De calmaria à agitação, de nervoso, de ansiedade, de quietude e de medo à paixão.

Paixão por foto em preto e branco, por cheiro de café fresquinho, por pé descalço na terra batida, por pedalinho numa tarde de sol.

Paixão por amigos em mesa de bar, por livros deixados em cima da cama, por música ouvida no caminho, por frases que não se cansam de repetir.

Paixão por vozes, por toques, por ritmos, por letras, por passarinho cantando na varanda e vizinho pedindo uma xícara de açúcar.

E essa velha mania de viver me apaixonando a todo momento.

Vontade de ir embora, de enfiar tudo num notebook e sair por aí a procura de redes e cangas. De copos de mate e de cerveja.

Meus vícios desde o início.

Se os gostos se moldam até os sete anos, devo ter vivido em sete anos mais do que muita gente já viveu até os trinta.

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"Eu desconfio muito de quem não valoriza o seu ócio predileto e acaba virando gangster de si mesmo. Até podem ganhar prêmios com sua dedicação inumana, mas perdem todo o sabor da vida"
(Martha Medeiros)






"Eu gosto dos que tem fome,
dos que morrem de vontade
dos que secam de desejo,
dos que ardem"(Adriana Calcanhoto)

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