quinta-feira, 1 de março de 2012

3,333...

(Um homem fuma seu cigarro. Seus olhos estão vendados).

Dois e duzentos com trezentos e cinqüenta. Dois quinhentos e cinqüenta com sessenta e cinco. Dois seiscentos e quinze pra três. Trezentos e oitenta e cinco por trinta. Doze vírgula oitenta e três três três três menos nove e cinqüenta. O PF é nove e cinqüenta. Quase cinco salários mínimos e três e trinta e três pro jantar.  A conta.
A conta. Corrente. Poupança. Investimento. Renda fixa. CDB. Previdência. Seguro.
Despertador às sete da manhã. Acorda. A corda. A meta. Os juros. Cheque especial. Débito automático. Aplicação automática. Automático. De fábrica. Air bag, direção, trava elétrica. Botões. Sistemas. Não há sistema.
Um carro. Um cargo. Há crédito. É tarde.
O mercado, a bolsa, a meta. São quinze contas correntes no mês. São três e trinta e três pro jantar. 
O seguro. A previdência. A providência. 
(tira a venda dos olhos)
Às sete da manhã acorda.
(Homem sobe em uma cadeira)
O PF é nove e cinqüenta.
(Faz um laço com uma corda)
Há crédito.
(Passa a corda ao redor do pescoço. Crianças sorriem à beira de uma piscina ao seu lado. O galã na novela acena logo atrás dele).
Há meta.
(Rasga a camisa e pula. Em seu peito: E O BANCO QUEM É QUE BANCA?)



“Há duas maneiras de viver a vida. 
A primeira é vivê-la como se milagres não existissem. 
A segunda é vivê-la como se tudo fosse um milagre”
(frase de calendário)

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