sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Papo de surdo e mudo (é sempre mais do mesmo)

Lembra o questionamento sobre ser aventureira? Então, consegui responder. Hoje. De verdade. É, demorou três meses, mas tá ótimo. Tem coisas que eu carrego há anos e ainda não consegui responder. Pois então. Descobri. Mas não é aventureiro mesmo. Como eu já desconfiava, porque esse termo me incomodou muito no dia. Incomodou sim. Vocês fazem de propósito. Eu sei. E na hora até me saí bem. Passei no teste. Claro que passei. Tô aqui, não tô? Então... é assim... Eu gosto do que me incomoda. Essa é a resposta. Me agrada o que me faz pensar. Eu só crio quando eu penso. Eu só sou quando eu penso, entende? O que faz diferença, o que não deixa que ninguém seja igual e toda essa balela de ser único no mundo é o que você pensa. É único porque ninguém mais pensa exatamente igual a você em relação a tudo. Sei lá. Tem coisa que se pensa e que pode muito bem não se encontrar mais ninguém que perdeu tempo com aquilo. Dá pra entender? Porque isso explica tudo. Essa é a resposta pro "aventureiro?". Não é aventura, é movimento. Enquanto me movimenta, me faz pensar, me adiciona, eu vou. E se parar, se eu me sinto sem sair do lugar, eu literalmente saio. Talvez por isso tantos lugares, tantas pessoas, tantas coisinhas.  Talvez por isso aquele papo da eterna busca por sossego. O sossego de mim. É o que eu não espero encontrar aqui. E por isso também, que aqui não é pra sempre. É um estímulo, um pedaço do caminho, que eu acho importante passar. Adiciona. Adiciona muito. E aí, eu chego aqui, e tá rolando, tá sendo legal, mas algumas coisas ainda não cabem. E fica inevitável uma certa frustração mesmo. Porque não adianta querer falar. Você sabe disso. E foi quando eu consegui ver assim, que entendi o que ela quis dizer. O que ela disse. E eu lá, discutindo. Idiota. O que ela disse foi isso: "Olha, não adianta você querer falar disso sozinha". Teatro não é um só. Enquanto os outros não comprarem o que você está querendo dizer, não vai. Não sai do papel. É o tal do pacto. E aí, eu acordei no meio da noite e isso ficou na minha cabeça. Martelando, sufocando. Até eu levantar e vir aqui te dizer essas coisas. Porque eu sempre soube que não se faz sozinho. Nem eu sem eles, nem eles sem mim. "É um exercício de escuta constante". Acho que foi o Zé que disse isso. E daí eu comprei cotonetes. Eu limpei os ouvidos. Eu abri tudo pra deixar entrar as idéias, os questionamentos deles todos. Bebi tudo isso durante semanas e trouxe de volta o que me tocou. Só que eles estão surdos.   

3 comentários:

Luciana Ponce disse...

isso aqui me pegou em algum lugar que eu não sei bem onde é.. talvez eu esteja como eles, surda... mas ainda sinto.

Camila Damasceno disse...

a surda sou eu...

Luciana Ponce disse...

mas ainda sente.