quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Banho morno

Queria escrever. Muita coisa em tão pouco tempo. Tanta coisa tão de repente. Pensei num texto, num título, numas frases soltas dessas que vão se encaixando naturalmente na hora que os dedos já não conseguem mais acompanhar a velocidade dos pensamentos.

Queria escrever sobre tudo isso. Isso de perder o chão, a voz, a respiração. Isso de perder o controle. Mas não consigo. Ando muito descontrolada pra conseguir organizar alguns pensamentos.

"Eu não sei o que fazer. Só tô tentando não estragar tudo ao meu redor. Eu quero a minha mãe!" (É...eu também quero a minha. Pena é que ela não vá entender muito bem esse tipo de situação).

Desnorteada desde as últimas 72 horas. Perdi dez anos em cinco minutos. Voltei a ser uma adolescente, enfiando os pés pelas mãos, esquecendo do mundo pra ficar mais um pouquinho. Tremendo, suando frio, coração saltando na boca e um medo crescente de que dê tudo errado. De que as coisas acabem na velocidade em que começaram. De que ela descubra que não é nada disso. Ou que se acovarde, como eu provavelmente faria.

"Eu não tomo banho morno, Camilinha. Ou a água é muito quente, ou é muito fria".

Eu me acostumei a tomar banho morno. Mas parece que alguém desregulou o meu chuveiro.

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