sexta-feira, 5 de junho de 2009

O que sobra

De tão pouco


Tem nem uma semana ainda. Bastou. Bastou por estar deixando de ser o que era. O que tinha de melhor. O que era de mais conforto. O que sempre foi mais olhares que palavras. Mais silêncio que barulho. Mais calmaria que confusão. Bastou porque não era esse o propósito. Bastou por hora. Não bastou em mim. Ainda me cabe. Ainda me vem. Ainda me invade quando menos espero. Mesmo que ainda seja cedo, ou que já seja tarde demais. Vai saber? Nos espaços dos dias que ela ocupou, nos pedaços de momentos, nos comentários pertinentes, vem agora um incômodo. Um incômodo inho, de meia dobrada em cima do dedo, fazendo apertar o sapato que sempre coube.



"Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que ainda é tarde demais?"
(Lô Borges)

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