sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Eu não sou eu

Sou alguém que você imaginou, uma visão do seu amor


"Eu ainda amo a Paula. É por isso que não me envolvo com mais ninguém."

Eu não amo mais ninguém.

E mesmo com as impressões que se criam, os carinhos que persistem, os afetos que não passam, os desejos que não curam e a insistente fuga de contatos pessoais, quando estes ocorrem vêm como rajadas de novas informações sobre velhos relacionamentos. As impressões já não são as mesmas, os carinhos são quase nulos (nada além do que o normal com pessoas de pouco convívio), os afetos se dissolveram no tempo e os desejos parecem esquecer-se em outros olhares mais distantes. Não é preciso mais fugir.

As pessoas são a representação que se faz delas.

O que pra mim já foi amor, paixão, desejo, desespero de estar perto, necessidade do cheiro, do gosto, do tom...vai se diluindo como sal em copo d'água e só deixa um gostinho de fundo, que ainda dá pra saborear quando se tem vontade, mas que torna o gosto um tanto mais desagradável.

No mais, pessoas nessa idade ou estão casadas ou têm algo de errado e ganhar na loteria não é pra todo dia. Têm prêmios que escapam por por um único algarismo.

O que fica são os sabores de intimidades que geram afetos muito mais duradouros. Amigos têm me curado das maiores carências e chego a pensar que se por algum deles eu tiver desejos sexuais, devo casar de imediato.

Feliz Ano Novo. Que tudo se realize no ano que nasce mais uma vez.

Carnaval é uma época bacana, mas as pessoas têm me dado uma preguiça...



"Eu sou sua miragem
Sombra fresca da sua realidade
Sou sua resposta
Sua ilusão de ótica palpável
Seu improvável
Seu conforto e seu pesadelo"
(Zelia Duncan)

Um comentário:

Anônimo disse...

nossa
achei forte, triste e real