quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

The blower's daughter

And so it is...


E agora José?

A festa tá só começando, os dias estão levemente chegando, os amigos ainda rodeiam.

Hoje foi dia de agradecer. Agradecer por ter tido forças, por ter sobrevivido a essa verdadeira prova de resistência. Cinco longos anos, desconstruindo o sonho de prestar serviços à sociedade, aprendendo receitas de bolo, de lead, de roteiros, nomes de planos e de tomadas que poucas vezes tivemos chance real de fazer.

Pra terminar prometendo não reclamar da redação se trabalhar na produção, ou reclamar da produção se trabalhar na redação. Prometendo não tomar uma cerveja durante a edição daquele vídeo ou fumar dois maços de cigarro enquanto escreve aquela matéria pro caderno de saúde.

Hoje foi dia de agradecer, de deixar a mãe chorar um pouco mais do que a gente e o filho dormir no banco da igreja.

E mesmo assim ainda foi dia pra umas travessuras. "Confundir" o pai do colega com o poeta mais famoso da cidade e fazer a comunhão pela primeira vez, sem avisar nada pra ninguém. Afinal, do que me vale essa curiosidade extrema sobre religiões se mal posso comungar sem pedir permissão?

E dia de gritar na porta da Igreja, tirar fotos descontraídas e encher peito de orgulho pra mostrar o filho que cresceu e agora veste terno nessas ocasiões.

Hoje foi dia de chorar um pouquinho. Pelo que fica pra trás, pelo que vem pela frente, pela garra que surge do fundo de não sei onde e pelo leve desespero de ter que enfrentar isso tudo que chamam de mundo só com um pedaço de papel na mão e um monte de idéias na cabeça.

Como se de ontem pra hoje tudo mudasse e as responsabilidades, que já não eram poucas, se multiplicassem como formigas ao redor de um doce.

E agora José?

Pega mais uma dose, põe mais gelo, ouve essa música e curte.


" Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem"
(Cazuza)

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