segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Milésima Ode à Salvador Dali

O grito surdo agora faz sentido. De sentir de outra maneira, de sentir pelos olhos do outro a dor alheia. Sentidos. Qual não faria? O que eu não faria? 

Compartilhando da mesma inquietude e desassossego. Do mesmo egoísmo e modéstia. O gosto pelos elogios. Esse elástico, solta e puxa, de crescer e não querer crescer mais. Onde foi? De onde veio? Por onde passa a construção do gênio?

É que às vezes eu me pego dividindo sentimentos e sensações, como uma adolescente ouvindo música pop. Seria isso? Uma adolescência tardia? Ou essa insegurança/incerteza é só aquele frio na barriga antes da cortina se abrir?

As palavras se embaralham diante dos meus olhos e eu só vejo o branco do fundo da tela. Brilhando. Letras de areia. Onde?

Talvez na persistência e na certeza. Aquela certeza que eu te confessei um dia, depois de algumas cervejas, no meio da multidão.

Quando? Quando é tempo? Quando ainda dá tempo?

Chega de queixas.





Um comentário:

Julia Mendes disse...

duas adolescentes tardias