quarta-feira, 15 de abril de 2009

Memórias, crônicas e declarações de amor

Entre os "talvez" de uma memória distante


Eu queria escrever. Mas não deu. Faltou inspiração, faltou tesão, faltou quase tudo. Tem faltado muita coisa.

Tem de sobra a falta das coisas. A falta do cheiro, do calor, do gosto. A falta de sentir falta.

Tem sobrado os quereres e estares sempre afim, faltando o que em mim já fez tanta parte.

Vinte e um dias pra que tudo se resolva. Que seja para ter ou para sobrar. Para sobrar essa falta de querer bem, de querer perto, de querer dentro. Ou para ter aquilo tudo (ou quase nada) que já pensei que quis dela, ou com ela.

Que acabou por se tornar só um querer no meio dessa confusão de vontades. Que se tornou meu último querer dos últimos tempos. Ela que nem deve se lembrar muito bem de mim, que mal sabe meu cheiro, que me disse um dia gostar do meu gosto. (Será?) Ela que é tanto e que tem tanto, que despreza o que lhe ofereço.

Ela que veio a ser minha maior incógnita e, por isso mesmo, tão desejada. Ela que é meu último apego ao querer bem sem saber muito bem porquê.

Ela que dentre tantos sentimentos vagos, me desperta um sei lá o quê, que me mantém assim. Me segurando à última gota de paixão que sai de mim.

Talvez nem a queira para toda vida. Talvez nem a queira para todo um dia. Talvez só deseje um momento de cumplicidade, um carinho depois de um bom sexo. Colos, cheiros, apegos, sussurros e segredos saindo como águas límpidas, sem rancores.

Talvez seu mistério perca toda a graça depois de desvendado. E talvez não seja nada disso.

Tem sobrado muita falta. E eu só queria me apaixonar novamente.



"Beijos,
Ainda quero mais beijos teus
Beijos,
Para satisfazer os meus
Beijos,
Nem que sejam de falsidade
Beijos,
Melhor que se fossem de verdade"
(Cartola)

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