terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Eu tive um sonho, vou te contar

Essa noite eu tive um sonho. Um sonho estranho. Sufocante. Agitado. Estressante. Desses que nos fazem sentir que não descansamos nada durante o sono. Eu estava presa. Encarcerada. Sabe-se lá porquê. Em um lugar cheio de guardas e outros presos. Mas não era um presídio. Também não era uma delegacia. Estava mais para um manicômio cuidado por policiais. E cheio de pessoas presas como eu, sem saber porquê. Passei boa parte da minha noite formulando estratégias para escapar, para sair correndo dali. Formulando e pondo em prática. Com diversos fracassos. Pulei do terceiro andar, me machuquei e fui pega. Tentei descer por cordas, mas ao chegar no térreo pelos fundos, descobri que não havia saída sem passar pelo pavilhão ocupado pelos guardas. Em um determinado momento, meu irmão foi encarcerado também. Dessa vez, existia um motivo, mas ninguém soube explicar exatamente qual. E meu desespero de escapar daquele lugar se transportou para ele. E minhas estratégias foram direcionadas então para ajudá-lo a escapar. Até que ele conseguiu fugir. E éramos vários, tentando escapar daquele lugar estranho, escuro, cercado, vigiado. Todos sem um motivo claro para estar ali. Nenhum criminoso infiltrado. Só pessoas estranhas sendo presas sem nenhum motivo aparente. E em um momento parecido com uma rebelião, fugimos. Eu e mais alguns, correndo, desesperadamente, até sair do alcance dos olhos daqueles guardas, que por um motivo qualquer, no meu sonho, não tinham nenhum poder para além dos portões do lugar misterioso. E então eu me vi sozinha, escondida, com medo, com fome, cansada, em uma cidade desconhecida, sem dinheiro, só com a roupa do corpo. Mas mesmo o medo de estar diante de uma situação em que novamente eu não sabia como agir não era maior do que a sensação de sufoco causada pelo encarceramento naquele lugar. E eu por fim me senti livre e comecei a andar, sem rumo, até acordar com o despertador me avisando que mais um dia começava e que o banco abriria em uma hora.
Vou passar a relatar meus sonhos pro meu terapeuta. Joung há de ajudar.

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